sexta-feira, 28 de março de 2008

Tempos


Lembro-me da lagoa, da noite quente, do dia incomum. Eu era o protagonista da história e todos tinham suas expectativas. A maioria tinha por expectativa que eu conseguisse abraçar a minha expectativa. Não faltou apoio, até de onde a gente menos espera. Mas faltou alguma coisa. Não foram palavras, estas até sobraram, com costumam sobrar.

Mas foi divertido. Se hoje eu pudesse rever todos esses momentos, eu só poderia rir, ficar com a face rubra e rir novamente, tímido. Até o papagaio e o cachorro que não existiam fazem parte da minha memória, afinal, não pode existir um cenário que represente melhor uma casa do que eles.

O tempo é desconexo nas minhas lembranças. Não importa a ordem de como as coisas aconteceram ou deixaram de acontecer. O que importa é cada pedacinho de momento isolado. Os últimos momentos desses últimos tempos, por sinal. Mas deram um desfecho com muita propriedade a essa aventura, com uma outra aventura dentro.

Talvez elas não tenham sido compatíveis e uma pode ter matado a outra. Mas ainda assim, não tinha como abrir mão de nenhuma delas. E eu fui a minha moda conciliando tudo, até onde deu. Mas, o curioso, é que elas caminharam sempre juntas, enquanto existiram. E morreram abraçadas.

As coisas voltaram ao normal, e isso está sendo entediante demais. A verdade é que é difícil descobrir o que quero, e até hoje eu não sei descrever o quão positivo foi tudo isso. Mas acredito que se voltasse no tempo, faria tudo de forma bem semelhante. Depois, as coisas ficaram de certa forma previsíveis, mas eu não acreditava nelas. Todos sabiam como as coisas acabariam, mas eu não podia acreditar. Afinal, eu sempre tinha aquele subterfúgio, aquele trunfo, aquele xeque descoberto avançando peão.

Mas dessa vez, não tinha nada. E se tinha, eu não vi. E também não sei até que ponto seria bom se tivesse alguma continuação, porque tudo tem que ter um começo, meio e fim. E, pensemos positivo, quanto mais cedo for o final, mais tempo teremos para começar tudo de novo. Então, não cometerei o erro que cometi ao subestimar o destino a 7 anos atrás. Pode aparecer algo melhor do que acreditávamos ser o melhor, e eu já vi isso. O melhor não tem limites.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Reflexão Pré-Interclubes


Bom...esse texto foi escrito no dia 25 de janeiro deste ano. Não tinha a intenção de publicá-lo, porque era um texto meu pra mim mesmo. Talvez possam pensar que ele foi publicado hoje de forma um tanto covarde, somente depois que eu pude apreciar o desenrolar dos fatos. Mas a verdade é que, com ou sem atingir as nossas metas, é o que eu sentia cerca de 1 mes antes do início do Interclubes, torneio que vencemos esse ano, após longa luta. Não devo escrever nenhum complemento agora que as coisas acabaram, mas acho que fui muito bem representado por quem se propôs a escrever. Basta ler os comentários deste tópico do orkut :
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=1617453&tid=2588215475177647033&start=1, onde segue o meu relatório técnico, e os textos recentes destes 2 blogs: http://www.vidasemcoerencia.blogspot.com/ e http://www.minhanovaera.blogspot.com/

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Há cerca de 12 meses atrás, as coisas pareciam bem diferentes de como estão a caminhar agora. 2007 havia sido um ano bem mais intenso. Nesta altura do ano eu estava em Ribeirão Preto, vivendo uma atmosfera de muita tensão, morando na casa da sogra do segurança do parque, em Bonfim Paulista. Era nítido que, após 2 meses com a Dona Vilma, minha presença naquele local gerava um certo desconforto. Dias depois, estava eu provisoriamente me mudando para a casa dos “tios”, onde eu era um ilustre aventureiro desconhecido da capital.

Mais tarde, outro fato de impacto estava se consumando. A presença incômoda de uma senhora autoritária no meu local de trabalho, com melhor posição na empresa, que se amarrava a isso para impor seus métodos, de forma prepotente, com ares de soberba e tentativas sucessivas de agredir psicologicamente.

E, cerca de 20 dias depois, começaria o Interclubes 2007! Interclubes que selava a 3ª. participação consecutiva do AAS. 3ª. tentativa em busca do título.

Estava muito difícil conciliar todos esses contratempos com o Interclubes. Eu organizava as equipes à distância, fazendo poucos contatos, tendo que por em prática idéias rápidas que mal poderiam ser repensadas.

Em 3 anos jogando o Interclubes (2 pelo AAS), havia em 17 partidas conhecido a derrota em apenas 2 ocasiões, vencendo 14 vezes. Certamente, eram esperados os louros da vitória quando foram confirmados os jogadores que defenderiam a equipe comigo. Rafael Favarin, René Fernandes, 2 jogadores que reputo como modelos enxadrísticos de respeito, junto com Raphael Tenório, de GO e o campeão interno do CDR São José na ocasião, Reinier Freitas.

Mas justamente quando havia um grande plantel ao meu lado, deixou de brilhar minha estrela neste torneio, onde sempre havia tido resultados muito interessantes. Somei 2 derrotas e 1 empate em 5 partidas, o que antes levara 3 anos para acontecer! Reinier também desapontou com 2 derrotas em 2 jogos, mas creio que, com justiça, a classificação aquém do esperado deva ser atribuído ao meu desapontante desempenho.

Merece menção também que, não obstante toda a complexa situação que eu vivia na época pré-interclubes, conheci também uma menina que despertou demais minha atenção e facilmente pôde me deixar com aquele brilho nos olhos dos apaixonados, que vêem as coisas sempre muito mais bonitinhas e coloridas.

Eu havia escrito em 2007 um outro artigo deste tipo, onde dizia que venceria o Interclubes por ela, por ela ter sido uma inspiração a mais em um momento decisivo. Mas, como sabemos, não consegui cumprir com minha promessa.

Este ano não tem Splash, não tem improviso de moradia, não tem pessoas imorais no meu cotidiano, não tem a imensa saudade dos meus amigos mais próximos e nem musa inspiradora.
A equipe até parece mais forte que a do ano passado, devido a presença do carismático José Roberto de Oliveira Junior, o popular Tekinho, do amigo Oreia, que, fazendo chuva, sol ou neve, sempre se desloca dos longínquos canaviais para defender nossos interesses e também da atual campeã do estado de MT, Ana Rothebarth. Completa comigo a equipe o amigo TVP, que mesmo não tendo um xadrez privilegiado como o dos 3 reforços, nunca hesitou em estar conosco.

Talvez esse ano nenhuma justificativa para um eventual fracasso seja plausível, o que me deixa de certa forma com medo. O fato é que este ano eu tenho que provar o que realmente eu posso fazer. Devo isso a mim, aos meus amigos, aos nossos adversários e críticos e aos meus heróis. Heróis de azul e branco que sempre hastearam nossa bandeira no peito com o máximo de hombridade que o ser humano pode atingir.